"Alimento todos os dias uma esperança quase ridícula, quase utópica, de uma Angola mais justa". Esta foi uma frase que marcou a entrega do Prémio Saramago, proferida pelo jovem escritor angolano, Ondjaki (o "Guerreiro"), autor do romance Os Transparentes, vencedor da edição de 2013.
Ndalu de Almeida, nome do jovem escritor de apenas 36 anos, nascido em Luanda, sociólogo, poeta, guionista, escritor e artista plástico, tornou-se, assim, no 8º vencedor deste prémio literário, sucedendo à escritora brasileira Andréa del Fuego, que, em 2011, venceu com o romance Os Malaquias.
Ondjaki já havia sido galardoado com o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco, em 2007, com o seu livro Os da minha rua; com o Prémio Grinzane para o melhor escritor africano, em 2008; e, em 2010, ganhou no Brasil o Prémio Jabuti, na categoria juvenil, com o romance Avó Dezanove e o Segredo do Soviético.
Na cerimónia de entrega do prémio, na Casa dos Bicos, sede da Fundação Saramago, Ondjaki, falando sobre o processo de escrita do livro Os Transparentes, referiu: "Fi-lo com o que tinha dentro de mim, entre verdade, sentimento, imaginação e amor. É uma leitura de carinho e de preocupação. É uma celebração da nossa festa interior, trazendo as makas, os mujimbos, algumas dores, alguns amores. Penso que todos queremos uma Angola melhor"
Resta-nos dar os parabéns a Ondjaki e desejar que escreva muitos mais livros e enriqueça o mundo literário.
Ondjaki
Os Transparentes